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ARCANO XIII - A MORTE

Arcano XIII - A Morte
Tarot de Marselha - Arcano XIII - A MORTE

O Arcano XIII - A Morte, é um dos arcanos que mais sofre com falsas crenças. Não são raras as consultas em que, ao deparar-se com esta carta, o consulente já se imagina no caixão, despedindo-se com lágrimas. Não é para tanto. É verdade que a Morte surge no caminho da dor e, por isso, expressa que algo de que já não precisamos está prestes a mudar. Sim, é um arcano ligado à via lunar, portanto, mais passivo. Sim, se observar a imagem ilustrativa do arcano é pesada, o esqueleto, a foice e todo o simbolismo a ela associado, bem como os conceitos de senso comum que nos foram apresentados ao longo do tempo. É também verdade que a simbologia da Morte nos lembra a vulnerabilidade da vida e a sua natureza perecível. E quanto ao número a ela atribuído? Para muitos, é o número do azar, associado a infortúnios desde a Idade Média, sob a influência da filosofia cristã.


No entanto, se pensarmos na Morte como uma cebola e descascarmos as suas camadas, encontramos uma riqueza muito maior. Assim como para alguns é temida, para outros é a carta favorita.


Todos os arcanos possuem um passado, e a Morte não é exceção. Esta carta representa alguém que, no passado, detinha grandes capacidades, poder e estatuto, e que percorreu um caminho árduo, enfrentando batalhas até alcançar o sucesso. No entanto, devido às escolhas passadas, esse alguém encontra-se agora numa fase de transformação, de libertação daquilo que já não serve. Vai doer? Claro que sim. Ninguém gosta de perder, muito menos quem já foi tão bem-sucedido. Este é um caminho de transformação, luto, dor, desilusão e pessimismo. Mas, se pensarmos bem, se algo estava errado e reconhecemos isso, então a mudança trará um novo caminho, mais certo e evolutivo. O futuro deste arcano é promissor: depois de nos libertarmos do sofrimento, tudo será melhor, mais elevado, mais transcendental. Quem estuda Tarot sabe que, após o caminho da dor, vem o da Esperança, e depois, o da Evolução.

Sociologicamente, este arcano está associado aos ritos de passagem. Para Oswald Wirth, representa a morte do profano e a revelação, através de um rito iniciático, de algo sagrado que renasce. Psicologicamente, simboliza a libertação de emoções e comportamentos negativos, preparando-nos para uma evolução espiritual. Este arcano faz-me sempre lembrar a psicóloga Dra. Ana Cláudia Quintana Arantes, que enfatiza a importância de nos consciencializarmos da nossa finitude e da necessidade de convivermos com a morte de forma natural, para vivermos uma vida mais plena e feliz. Ela sublinha a necessidade de aprender a lidar com as adversidades da vida e de aceitar as transformações necessárias, tanto no plano psicológico quanto no físico, para que possamos viver sem remorsos, tristezas ou arrependimentos. A dor infelizmente existe, o sofrimento é opcional.


Nem sempre a mudança é má. A dificuldade que todos os seres humanos sentem na mudança reside no medo do desconhecido, na sensação de falhanço e na insegurança perante o momento vivido.

Respire. Seja resiliente. Dias melhores virão. Até lá, em vez de perguntar "Por que me está a acontecer isto?", pergunte "O que devo aprender com esta situação?". Aceite o que não pode mudar, mude o que pode, e que nos valha o discernimento para distinguir entre ambos.


ig

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